Persisto com o mesmo péssimo
hábito de escrever e reviver o que eu escrevo. Na verdade, permaneço com vários
péssimos hábitos. Esse é o menor e mais complicado deles — assim mesmo,
deixando de lado as dúvidas dirigidas ao paradoxo.
Sou uma péssima escritora.
Péssima, péssima, péssima. Que se dê a ênfase necessária ao adjetivo. Não sei
se um dia chegarei pelo menos aos pés da escritora corajosa que eu já pretendi
ser.
Tenho cultivado péssimas manias.
Péssimas, péssimas mesmo. A esse parágrafo, entretanto, prefiro trocar as
palavras pelo vazio.
Tenho ouvido boas músicas e
atribuído péssimos sentidos às mesmas. O mesmo se dá aos bons filmes, aos bons
livros e às boas poesias. Péssimos sentidos.
Estou escrevendo um livro.
Péssimo, pra não perder o costume. Não, não pretendo publicá-lo. Nem fazer
qualquer coisa que desmereça o adjetivo “péssimo” que dei a ele.
Até meus sonhos se fundiram ao
adjetivo-mestre deste texto. Aliás, texto esse que também segue o mesmo
comboio. Péssimo.
Pessimismo é o que não me falta
no momento.
Raíssa Muniz em 19/04/13.