“Acordava
sempre às cinco da manhã. A partir daí, os cuidados com a própria aparência se
estendiam por cinquenta minutos. Atrasava-se de vez em quando (quase nunca), e
quando isso acontecia, era por própria irresponsabilidade.
Não
tomava café da manhã como deveria. Em seu lugar, um achocolatado que nunca poderia
faltar e várias músicas meticulosamente escolhidas da sua banda preferida:
Engenheiros do Hawaii.
Alimentava
também devaneios de rotina. Logo pela manhã, corria o risco de passar mal com
tantos sonhos despejados garganta à dentro. Vestibular de medicina, residência,
futuro, passado, matéria acumulada, trabalhos voluntários que já participava e
os que ainda gostaria de se envolver (se restasse tempo).”
Raíssa Muniz em 1/5/13