A metamorfose - Franz Kafka (Preciosidades de estante)


Minha opinião sobre o livro:

Ler "A metamorfose", de Franz Kafka, não é acompanhar simplesmente uma história de estranheza e transformação. Tampouco traz um enredo infantil, embora os elementos da narrativa, quando vistos isoladamente, façam assim imaginar. Longe disso, Kafka passa longe das epopeias infantis ao descrever, sob análise sociológica, a coercitividade citada por Durkheim trabalhando de forma metafórica e hiperbólica. O clímax, logo na introdução, mostra um cidadão que acorda com as formas de um inseto (no decorrer do texto o leitor percebe que se trata de uma barata) e que lida com a repugnância familiar mesmo quando ele próprio tenta manter suas atividades rotineiras. Em uma leitura mais ampla, faz lembrar o homem moderno e suas adaptações a um sistema cada vez mais definido. Afinal, foi Gregor (o protagonista) que se transformou em inseto para evitar o trabalho que o oprimia ou foi o trabalho que o oprimia que o fez se transformar em inseto? A metáfora do inseto pode ser perfeitamente analisada como uma mudança indesejada pelo sistema. Acima de tudo, "A metamorfose" explicita que não importa quanta vontade o homem tenha de superar seus obstáculos, mas sim o que ele aparenta e o que produz por consequência de suas aparências.


Sinopse:

A Metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. O texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.